Parece um verão sem fim (apesar de estarmos saindo no inverno). A Selic,
a taxa básica de juros, continua derretendo e hoje está em 7,5% ao ano.
Um anseio antigo para a nossa economia. E uma dor de cabeça para o
investidor, que agora tem de ralar muito em busca da melhor
rentabilidade.
Poupança velha, poupança nova, Tesouro Direto, Bolsa de
Valores, fundos imobiliários. O que escolher e como escolher? Ter
paciência e pesquisar já é um bom começo. E optar pela(s) aplicação(ões)
que case(m) com o próprio perfil e os objetivos financeiros.
A poupança
velha de guerra – a de, antes da mudança nas regras – segue como uma
opção vantajosa. Quem não for precisar do dinheiro pode deixá-lo
descansando por lá. A rentabilidade é de 6,17% ao ano. Mais alta, por
exemplo, que o retorno do CDB, fundo DI e títulos públicos pós-fixados,
lembram os especialistas. Não que os títulos públicos (o Tesouro Direto)
não sejam uma má ideia. Não é preciso pagar taxa de administração. Há
várias opções, mas os especialistas recomendam aqueles atrelados à
inflação.
“Hoje, investimentos atrelados a índices de preços têm maior
rentabilidade. A inflação está subindo. Quem vai ao supermercado sabe
que está tudo mais caro”, lembra o economista Marcelo Barros, professor
da Faculdade Boa Viagem (FBV) e coautor blog Educação de Bolso
(blogs.diariodepernambuco.com.br/educacaodebolso). Ontem mesmo o Boletim
Focus, divulgado pelo pelo Banco Central, mostrou que o mercado elevou
pela nona semana consecutiva a estimativa de inflação oficial (medida
pelo IPCA) para 2012. Agora está em 5,24%.
João Henrique Albuquerque, da Magnum Investimentos, chama atenção
para as debêntures, que são títulos de dívidas de empresas. Segundo ele,
a procura por esse tipo de investimento aumentou porque muitas
debêntures são atreladas a algum índice inflacionário (IPCA, IGP-M) mais
algum prêmio anual. “Ao adquirir esse tipo de produto o investidor sai
da exposição a queda na taxa Selic e atrela seu investimento à
inflação.” Mas nenhum investimento tem chamado tanta atenção desde as
reduções da Selic foi iniciado quanto os fundos imobiliários.
Albuquerque lembra que os fundos têm perfil de uma aplicação de renda
fixa (retorno constante), mas com características de renda variável
(cotas negociadas na Bovespa. Segundo ele, um estudo feito pela Rio
Bravo Investimentos, uma das pioneiras nesse tipo de aplicação no
Brasil, mostra que, nos últimos sete anos, o retorno anual dos fundos
imobiliários tem superado o Certificado de Depósitos Interbancários
(CDI) e o Ibovespa. Enquanto os fundos renderam em média 28,2%, o CDI
rendeu 12,6% e o índice da Bovespa teve uma rentabilidade de10,9%.
“Dá para aplicar num fundo com cerca de R$ 100, valor mínimo de uma
cota. Outra vantagem é a isenção do Imposto de Renda sobre o
rendimento”, explica João Henrique Albuquerque. Marcelo Barros destaca
ainda que as pessoas também estão começando a enxergar a renda variável
como alternativa. “Quem quiser ter mais rentabilidade pode ir para o
mercado de ações.” Mas lembra que, antes de entrar de cabeça na Bolsa é
preciso lembrar que o investimento é para longo prazo. Que tal
“esquecer” o dinheiro por uns cinco anos?
Fonte:Publicado por Tatiana Nascimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário