Se antes era difícil juntar dinheiro para investir, agora, o que dá 
trabalho é encontrar opções simples, seguras e rentáveis para aplicar 
pequenas somas de dinheiro. Com a queda dos juros, a poupança deixa de 
ser atrativa. Mas especialistas mostram que há alternativas para quem 
recebeu a restituição do Imposto de Renda, o adiantamento do INSS ou 
que, simplesmente, conseguiu se organizar para começar a poupar. Fundos 
imobiliários, ações, CBD, alguns títulos do Tesouro Direto e até mesmo 
debêntures têm bons retornos para quem tem até R$ 10 mil para aplicar.
Uma das opções é montar uma carteira de investimentos que
 misture títulos do Tesouro Direto com ações ou fundos de ações. Outra 
possibilidade é mesclar CDBs com fundos imobiliários.
Tesouro com ações
              
            
Neste caso, se o prazo de investimento for mais curto, os
 títulos prefixados oferecidos pelo Tesouro são mais interessantes, diz 
Fabrício Tota, gerente de homebroker da Socopa Corretora. Quem tem mais 
tempo para o dinheiro render pode optar por uma NTN-B principal, que 
acompanha a inflação e não paga bônus semestrais. “Independente do que 
acontecer, o poupador vai ter um rendimento real, ou seja, acima da alta
 dos preços,” diz Tota. Flávio Guarino, responsável pelos canais 
eletrônicos de investimento da Votorantim Corretora, diz que este papel 
também permite que o investidor pague o imposto apenas na hora do 
resgate final e, quanto mais tempo, menor a taxa.
Do lado da renda variável, é possível investir em algumas
 ações isoladamente, ou em fundos que misturem um grupo de papéis. Quem 
preferir a primeira opção pode misturar companhias maiores e mais 
sólidas com algumas menores, que podem ser favorecidas pelo crescimento 
do Brasil. As sugestões de Pedro Galdi, da SLW, considerando uma 
disponibilidade de R$ 10 mil, são papéis de Vale, Gerdau, Itaú Unibanco,
 Brazil Foods, Iochpe Maxion e Droga Raia - “sempre pensando no longo 
prazo,” acrescenta. Esta escolha, entretanto, pode ter custos elevados 
para o investidor, que terá que pagar taxas de corretagens para cada 
negócio feito, além da custódia. Além disso, o investidor tem que estar 
preparado para suportar fortes oscilações.
              MAIS :                 Poupança rende 5,25% ao ano
              
            
Por isso, surgem como opções os fundos de ações e também 
os chamados ETFs (sigla em inglês para Exchange-traded Funds), que são 
fundos que acompanham índices de ações. Entre os fundos de ações, Sinara
 Policarpo, superintendente de investimentos do Santander, destaca 
aqueles que aplicam em companhias de infraestrutura e nas chamadas 
“small caps”, que são empresas médias e um pouco menores. Na opinião 
dela, o momento da economia brasileira favorece estes produtos. Nestes 
casos, o investidor paga taxas de administração pelo trabalho de gestão 
das carteiras.
Já os ETFs, que são negociados na bolsa de valores, não 
têm a cobrança da taxa do administrador. Algumas opções recomendadas são
 as que acompanham o Ibovespa (BOVA11) e as empresas médias (SMALL11). 
Apesar de a liquidez ser menor do que a da poupança e a de algumas 
ações, o mercado está crescendo e os agentes maiores estão garantindo 
movimento, o que possibilita mais facilmente as entradas e saídas do 
pequeno investidor, segundo Tota, da Socopa.
A economia de escala é a principal vantagem dos fundos de
 ações setoriais e dos ETFs, completa Ricardo Rocha, professor de 
finanças do Insper. “Ficaria muito caro para o investidor replicar o 
investimento nas mesmas ações,” diz.
Outra opção com um pouco mais de risco são os fundos 
multimercado, nos quais o gestor tem maior liberdade de atuação e pode 
aplicar também em moedas e outros tipos de produtos mais complexos. 
“Quem quiser experimentar essa modalidade tem que pesquisar um pouco 
mais, verificar quais as características do fundo,” diz Ricardo Rocha, 
do Insper. Além disso, é preciso saber quais corretoras e bancos têm 
aplicações mínimas que cabem dentro da disponibilidade de R$ 10 mil. “E 
qualquer taxa de administração acima de 1% já pode ser considerada muito
 alta,” completa o professor.
              Veja também:                 Onde investir com a queda dos juros
              
            
CDB com fundos imobiliários
              
            
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) também é opção 
interessante para a porção de renda fixa da carteira do investidor. 
Quando o cliente tem mais tempo para deixar o dinheiro rendendo, 
consegue negociar um retorno maior com o banco ou a corretora. Em geral,
 grandes instituições bancárias oferecem rentabilidades mais baixas, 
enquanto os menores pagam mais. No Santander, por exemplo, o investidor 
consegue 101% do CDI se ficar pelo menos dois anos. Em instituições 
menores, pode conseguir 110% ou 115%. É o caso do Banco Paulista, que 
vende seus títulos por meio da Socopa Corretora.
Em qualquer caso, o risco do CDB é o da quebra do banco, 
mas há garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para até R$ 70 mil.
 Flávio Guarino, da Votorantim Corretora, lembra, entretanto, que esse 
dinheiro não é devolvido ao investidor de uma hora para outra. “Se o 
investidor precisar do dinheiro, pode ser que tenha que esperar o 
processo de liquidação da instituição.”
Para tentar turbinar um pouco a carteira que já tem CDBs,
 um complemento pode ser o fundo imobiliário, na opinião dos 
especialistas. Flávio Guarino, da Votorantim Corretora, comenta que há 
opções no mercado atualmente que oferecem uma garantia de 9% ao ano para
 quem aplicar R$ 5 mil. O risco do investidor é o da qualidade da 
carteira do fundo. Por isso, o ideal é saber qual o perfil do fundo. “Se
 estiver ligado a um imóvel de um banco grande, por exemplo, dá para 
saber que a segurança é maior,“ diz o analista.
Outro cuidado é com a liquidez. Apesar de este mercado 
ter crescido bastante, o investidor deve saber que pode não conseguir se
 desfazer de sua cota rapidamente. Já a principal vantagem, segundo 
Guarino, são os rendimentos que o investidor pode receber mês a mês, 
como se tivesse um imóvel alugado.
              
                LCI e Debêntures
Há ainda outros produtos financeiros que podem 
incrementar as carteiras acima, como as Letras de Crédito Imobiliário 
(LCI). Apesar de terem exigências de aplicações mínimas mais altas, 
algumas corretoras de valores oferecem cotas de até R$ 10 mil. “Estes 
títulos são uma alternativa para quem tem horizonte de longo prazo para a
 aplicação,” diz o consultor financeiro Mauro Calil, gerente geral do 
Instituto Nacional de Investidores (INI). Assim como os fundos 
imobiliários, esses títulos também têm isenção de imposto de renda para o
 investidor, o que vem sendo um atrativo. Calil lembra, entretanto, que 
antes de comprar o investidor sempre deve avaliar se a aplicação tem um 
prazo que atenda seus objetivos.
Os bancos também podem oferecer aos seus clientes a opção
 de comprar debêntures, que são títulos de dívida de companhias. Mais 
distantes dos investidores, essas aplicações estão no radar das 
autoridades, que pretendem facilitar a negociação, comenta Guarino, da 
Votorantim. Por enquanto, a orientação é para que o investidor busque 
informações sobre a empresa antes de comprar, para saber se é sólida. 
Além disso, os prazos para resgate podem ser mais longos, o que exige 
planejamento.
Fonte: IG 
 
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