Os Cartões de débito e crédito tornam a 
vida muito mais prática e segura. Nos últimos anos, o número de usuários
 globais aumentou de forma exponencial, crescimento suficiente para 
impactar a taxa de crescimento global anual em 1,8%, mesmo com todos os 
desarranjos econômicos globais.
O crescimento das economias ditas 
emergentes, como o Brasil, possibilitou a bancarização de milhões de 
trabalhadores, que passaram a usar o serviço dos cartões. O número em 
2012 supera os 60 milhões de usuários.
O cartão de crédito, se bem usado, 
possibilita um folego financeiro ao usuário entre a data de compra até o
 dia da fatura, e aumenta, assim, o poder de compra do consumidor. No 
entanto, para aqueles que não conseguem pagar a fatura, o cartão de 
crédito cobra uma taxa de juros que chega, em muitos casos, a 
inacreditáveis 200%.
Considerando esse lado perverso, será que
 o cartão contribui para economia? Um estudo da Moody’s Analitics sobre o
 impacto dos meios eletrônicos de pagamento na economia global de 2008 a
 2012 concluiu que, nestes 4 anos, 983 bilhões foram injetados na 
economia por meio dos cartões de crédito. Em termos percentuais, os 
cartões respondem por um aumento de 0,8% do PIB das nações em 
desenvolvimento e 0,3% nas nações desenvolvidas.
O relatório defende, portanto, que o 
aumento no uso de cartões gerou significativos impactos macroeconômicos,
 potencializando consumo privado. Para a Moodys, os cartões fornecem 
maior segurança para lojistas, consumidores e até mesmo para o governo, 
que consegue uma fiscalização maior dos impostos.
Outra evidência que aponta para o ganho 
macroeconômico é relação entre cartões e compras online, uma vez que 
muitos sites possuem, dentre as possibilidades de finalização de 
compras, apenas o cartão de crédito.
Apesar de o estudo ser exageradamente 
otimista com os dados e impactos do cartão, é válido fazer uma reflexão,
 sobretudo sobre a ótica do consumidor. No Brasil, o segundo o Banco 
Central, o número de cartões mais que dobrou entre 2005 e 2012 – de 
aproximadamente 30 milhões de cartões em 2005 para 65 milhões em 2012.
Porém, o perfil do usuário brasileiro 
preocupa. A despeito das exorbitantes taxas cobradas, a modalidade de 
cartão de crédito é a mais usada pelo brasileiro. Segundo o banco 
central, o aumento em 2012 foi de 10,96%. E tudo isso reflete no dado da
 inadimplência, que cresceu 6,65% em relação ao mesmo mês do ano 
passado, segundo dados do SPC. Ou seja, a combinação de excesso de 
crédito, altas taxas e pouca educação financeira está começando a se 
mostrar perigosa. Interessante é também notar que 61,2% das famílias 
brasileiras se dizem endividadas, em pesquisa da Confederação Nacional 
do Comércio (CNC) realizada em março de 2013, um claro sinal amarelo 
para a os consumidores e para a economia.
O acesso ao crédito foi feito, cabe agora
 educar a população para usá-lo de forma adequada. Ficar devendo no 
cartão, com as taxas operadas no Brasil, pode ser considerado um 
suicídio financeiro. Enquanto isso, muitos consumidores desavisados e 
sem educação financeira continuam em seu caminho para morte financeira 
anunciada. Sem educação e com os spreads mais altos do mundo não há 
caminho sustentável.
Fonte: folhauol.com.br 
 
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