Chega o fim do ano e o consumidor é assediado a pagar à vista
despesas que poderia parcelar, como a escola dos filhos do ano seguinte,
o curso de inglês e até impostos, como o IPVA (do carro) e o IPTU (do
imóvel).
Mas nem sempre os descontos para o pagamento de uma só vez compensam.
Calculadora desenvolvida pela Folha em parceria com o economista Samy
Dana, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), e disponível no site
do "Folhainvest" (folha.com/folhainvest), mostra se o abatimento
oferecido para o pagamento integral antecipado é interessante.
A ferramenta determina qual é o desconto mínimo (percentual e em números
absolutos) para que o valor supere o rendimento que o consumidor
poderia obter se aplicasse o valor da dívida em um investimento
conservador, com taxa de 0,5% ao mês, próxima à da poupança hoje.
Veja um exemplo em simulação na pág. B3. Quem pagar o IPVA à vista em
janeiro terá desconto de 3%. No caso proposto, o valor de R$ 938,04
cairá para R$ 909,90: abatimento de R$ 28,14.
Esse desconto compensa, pois dificilmente seria alcançado, após Imposto
de Renda, em uma aplicação financeira caso o contribuinte optasse por
parcelar esse IPVA em três vezes, pagando a primeira parcela em janeiro
(R$ 312,68) e investindo o restante (R$ 625,36).
O cálculo considera que, na data de pagamento da segunda parcela, será preciso sacar do investimento o valor da prestação.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
"Na poupança, isenta de IR, para alcançar 3% de rendimento seria
necessário deixar o dinheiro rendendo por seis meses, sem sacar nada",
diz o educador financeiro Álvaro Modernell, da consultoria Mais Ativos.
Em outras aplicações, como o Tesouro Direto (títulos públicos), CDBs
(Certificados de Depósitos Bancários) e fundos de renda fixa, o IR
cobrado corroeria os ganhos.
"E, na Bolsa, a situação está tão instável que não dá para considerar como alternativa para esse tipo de situação", acrescenta Modernell.
No caso do IPTU, o desconto de 6% também compensa.
Para pagamentos de anuidade escolar em vez de mensalidade, porém, é
preciso avaliar cada caso com cuidado, pois os descontos oferecidos por
escolas podem variar muito.
"Para ser realmente vantajoso financeiramente, não adianta empatar. O
abatimento precisa ser maior que o rendimento previsto. Senão, por que
desembolsar tudo de uma vez?", acrescenta Dana, da FGV.
Fonte: folhauol.com.br
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