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terça-feira, 4 de setembro de 2012

As preferências do investidor brasileiro

Comecemos por observar que a Caderneta de Poupança é, ainda, a aplicação preferida dos brasileiros. Apesar da baixa rentabilidade (reconhecida pelos investidores), a Caderneta ainda possui aquela aura de investimento seguro, que vai garantir o futuro. Note que cerca de 60% dos entrevistados baseiam as suas decisões de investimento no que o gerente do banco lhe oferece. E o gerente do banco, via de regra, vai oferecer o produto que mais satisfaça o binômio rentabilidade para o banco/menor dor de cabeça para si mesmo. Por isso, é natural que a Caderneta, um produto conhecido e sem surpresas, ainda seja a Rainha dos Investimentos, apesar do retorno pífio.

Outro ponto interessante, e não surpreendente, é a influência da rentabilidade passada na percepção de rentabilidade futura. Por exemplo, as ações praticamente sumiram do portfólio dos investidores, e não são vistas como investimentos que vão garantir o futuro. A mesma pesquisa foi realizada em 2008, com números muito mais favoráveis para as ações. Na outra ponta, os imóveis ganharam a fama de investimento de excelente rentabilidade, o que não ocorria em 2008. Adivinhe o que vai acontecer se a sorte destes ativos mudar outra vez, o que certamente ocorrerá em algum momento no futuro.

Os produtos de Previdência Privada, por sua vez, parece que ganharam definitivamente o lugar nas mentes dos investidores como o investimento que vai garantir o futuro. Vale lembrar que um PGBL é só uma estrutura com vantagens fiscais, e que investe, geralmente, em Renda Fixa. No entanto, Fundos de Renda Fixa não são vistos como aqueles que garantirão o futuro. Ou seja, para este investidor, vale mais o marketing (garanta o seu futuro!) do que o tipo de investimento.

Aliás, é interessante fazer a relação entre rentabilidade e futuro. Normalmente, seria de se esperar que os investimentos que irão garantir o futuro fossem os mais rentáveis. Afinal, parece estranho esperar uma vida melhor no futuro com investimentos que não rendem nada. Mas não é isso o que acontece! Como vimos, a Caderneta é vista como um dos principais investimentos que irão garantir o futuro, apesar de sua baixa rentabilidade. Exatamente o mesmo ocorre com a Previdência Privada. Somente os imóveis parecem gozar desta relação direta entre rentabilidade e futuro. Talvez porque, para o investidor médio, garantia de futuro não signifique apenas rentabilidade, mas também segurança. E nisto, a dupla dinâmica imóveis & caderneta é imbatível, apesar de todos os riscos conhecidos do investimento em imóveis. Mas o que importa é a percepção, mais do que a realidade, assim como no caso dos produtos de Previdência Privada.

Uma ausência notável é a do Tesouro Direto. Não sei se a QuorumBrasil, quando fez a pesquisa, incluiu os papéis do Tesouro entre as alternativas, e o resultado foi inferior a 1%, ou simplesmente esqueceu-se desta modalidade, o que parece ser o mais provável. Uma pena.

Por fim, fica uma lição de casa para todos os canais de distribuição de produtos de investimento: os investidores estão usando cada vez mais a internet para tomarem as suas decisões, mas 2/3 consideram as informações difíceis de entender, e não estariam dispostas a investir via internet. Estas pessoas acabam caindo nas mãos do gerente do banco. Está aí um campo enorme de trabalho, o do desenvolvimento de uma linguagem simples para o leigo em investimentos.

Fonte: Estadão

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