Os investimentos em renda variável apresentaram os melhores rendimentos de agosto e, assim como no mês passado, deixaram a renda fixa
 para trás. O ouro negociado na BM&F Bovespa teve o melhor 
desempenho do mês, seguido pelos fundos de ações livres e o Ibovespa. Na
 renda fixa, os melhores resultados foram dos fundos de renda fixa e dos
 títulos públicos, com destaque para a NTN-B. Na lanterna do ranking de investimentos do mês, ficaram a poupança, o dólar comercial e os fundos de ações dividendos.
 Veja a seguir o ranking de desempenho das aplicações no mês de agosto. 
| Aplicação | No mês | No ano | Fechamento em | 
|---|---|---|---|
| Ouro BM&F | 2,74% | 14,63% | 30/08/2012 | 
| Fundos de ações livres | 2,31% | 9,34% | 27/08/2012 | 
| Ibovespa | 2,07 | 0,88% | 30/08/2012 | 
| Fundos de ações small caps | 1,88% | 9,47% | 27/08/2012 | 
| Fundos de Ações Ibovespa ativo | 1,11% | 3,55% | 27/08/2012 | 
| Fundos de Renda Fixa | 1,02% | 7,62% | 27/08/2012 | 
| Fundos Multimercado Multiestratégia | 0,90% | 10,03% | 27/08/2012 | 
| NTN-B (vencimento em 15/05/2013) | 0,74%** | 8,21% | 30/08/2012 | 
| NTN-F (vencimento em 01/01/2013) | 0,70%** | 7,52% | 30/08/2012 | 
| LTN (vencimento em 01/01/2013) | 0,70%** | 7,58% | 30/08/2012 | 
| LFT (vencimento em 07/03/2013) | 0,68%** | 6,06% | 30/08/2012 | 
| Fundos Multimercados Juros e Moedas | 0,65% | 7,54% | 26/07/2012 | 
| Selic | 0,63% | 6,03% | 30/08/2012 | 
| CDI | 0,60% | 5,93% | 29/08/2012 | 
| Fundos referenciados DI | 0,57% | 6,06% | 27/08/2012 | 
| Fundos Multimercado Macro | 0,47% | 11,89% | 27/08/2012 | 
| Poupança * | 0,45% | 3,72% | 30/08/2012 | 
| Dólar comercial | 0,07% | 9,36% | 30/08/2012 | 
| Fundos de ações dividendos | - 0,2% | 13,45% | 27/08/2012 | 
 (**) Últimos 30 dias até a data de fechamento. 
(*) Rentabilidade mensal válida para a nova regra da poupança e medida entre os dias 28/07/2012 e 28/08/2012. Rentabilidade no ano considera o rendimento pela poupança antiga até o dia 04/05/2012 e depois o rendimento pela nova regra entre os dias 05/05/2012 até o dia 30/08/2012.
Fontes: Anbima, Banco Central e BM&FBovespa.
(*) Rentabilidade mensal válida para a nova regra da poupança e medida entre os dias 28/07/2012 e 28/08/2012. Rentabilidade no ano considera o rendimento pela poupança antiga até o dia 04/05/2012 e depois o rendimento pela nova regra entre os dias 05/05/2012 até o dia 30/08/2012.
Fontes: Anbima, Banco Central e BM&FBovespa.
 Renda Fixa 
 Entre essas aplicações, os fundos de renda fixa lideram o ranking de 
rendimentos do mês. No atual cenário de juros baixos, estes fundos se 
destacam pois os gestores buscam os títulos públicos com mais potencial 
de valorização no momento. Assim, eles obtêm rendimento não só com os 
juros, mas com a valorização dos papéis.
 Em seguida, o Tesouro Nacional tem a melhor rentabilidade na renda 
fixa, com destaque para a NTN-B. Por ser um título indexado à inflação, 
que paga uma taxa de juros prefixada (cupom) mais a variação da inflação
 medida pelo IPCA, quando outros títulos sofrem com a queda dos juros, a
 NTN-B se valoriza. “A sensação de que a inflação deve estar se 
apreciando também valorizou as NTN-Bs”, explica Paulo Bittencourt, 
diretor técnico da Apogeo Investimentos. No boletim Focus, divulgado 
pelo Banco Central, as projeções indicam que o IPCA irá fechar 2012 em 
5,24%, e o prognóstico para 2013 subiu de 5,02% para 5,11%.
 Os títulos prefixados NTN-F e LTN ficaram no meio termo entre os a 
NTN-B e a LFT. A rentabilidade deles é conhecida no momento da 
aplicação, por isso eles se beneficiam quando a tendência é de queda de 
juros, ficando acima das LFT, que são atreladas à Selic. Por outro lado,
 com a taxa prefixada, eles não se aproveitam tanto de fatores de 
oscilações do mercado, como as NTN-B.
 E as LFT ficaram com o pior rendimento dos títulos públicos pelo seu 
fator de indexação à taxa Selic, que vem sofrendo quedas consecutivas há
 exatamente um ano e foi reduzida este mês a 7,5% ao ano, o menor 
patamar da história.
 Também indexados à Selic, os fundos DI tiveram seu rendimento 
prejudicado nos últimos meses. Eles superaram apenas a rentabilidade da 
poupança entre os produtos de renda fixa. No entanto, eles podem render menos do que a caderneta, se considerado o desconto da taxa de administração.
 Com uma taxa de 1% ao ano, os fundos DI se equiparam à rentabilidade da
 poupança apenas se investimento for feito em um prazo superior a 12 
meses. Se a taxa de administração for de 0,7%, ou menor, os fundos DI 
têm a mesma rentabilidade que a poupança em investimentos de até dois 
meses e em prazos acima de três meses já têm um rendimento maior. 
 Conforme Bittencourt explica, os fundos DI são mais utilizados como uma
 reserva financeira que dá segurança para o investidor, uma vez que o 
recurso investido pode ser resgatado a qualquer momento (liquidez 
imediata). “No passado, não se via uma rentabilidade tão baixa dos 
fundos DI, mas o investidor deve se acostumar com isso, porque eles são 
feitos para garantir a segurança de um investimento e não para fomento”.
 A poupança, que teve uma das piores rentabilidades do mês, também 
funciona mais como uma reserva financeira depois que seu rendimento 
passou a ser de 70% da taxa Selic, mais a Taxa Referencial. Apesar de 
não render tanto quanto a antiga poupança– que pagava juros de 0,5% ao 
mês mais a Taxa Referencial - ela ainda é recomendável para o 
investimento de curto prazo, pela maior praticidade e por ser isenta de 
Imposto de Renda.
 Renda variável 
 A forte alta do Ibovespa no início do mês marcou o resultado dos 
investimentos. Ainda que nas últimas sessões o Ibovespa tenha 
apresentado uma tendência de queda, os investimentos ligados à bolsa 
tiveram bons resultados. “Os fundos de ações livres, como não são 
indexados a dividendos ou a outro tipo de carteira, aproveitaram as 
ações que subiram em agosto para escolher os papéis com mais recuperação
 no mês”, avalia Bittencourt.
 O Ibovespa e os fundos de ações Ibovespa ativo – que utilizam o índice 
como referência, mas buscam superar sua rentabilidade investindo em 
papéis com maior potencial de valorização - também aparecem no topo do 
ranking, exatamente puxados pela alta mais acentuada no início do mês.
 Os fundos de ações small caps também performaram bem. As small caps são
 ações de empresas com valor de mercado de até 5 bilhões de reais. Como 
são papéis que têm menor procura, que podem ficar dias sem ser 
negociados, eles podem ser mais suscetíveis a movimentos da bolsa. “Se a
 Vale no mês tem 15% a mais de negociações em volume, o efeito de 
valorização não é tão grande quanto se houvesse um aumento de 15% no 
volume de negociação das small caps”, explica. 
 O ouro no segmento BM&F teve o melhor desempenho do mês. O 
investimento funciona como uma reserva de valor e, por isso, em momentos
 de incerteza, é uma aplicação que tende a atrair investidores e se 
valorizar.
 E os fundos multimercados, que em julho estavam nas primeiras posições 
do ranking, já não aparecem mais. “Esses fundos investem em ações e 
renda fixa e suas taxas chegam a 2%, 2,2%, então quando a Selic caía 
0,5% e ficava em 11% não fazia muita diferença, mas caindo para 7,5% a 
proporção é alta em relação à taxa cobrada e o retorno fica mais baixo”,
 esclarece diretor técnico da Apogeo.
 Por fim, o pior do mês são os fundos de dividendos, que, 
contraditoriamente, também são a melhor aplicação do ano. As empresas 
que pagam bons dividendos são as chamadas ações defensivas. Elas têm 
demanda estável e por isso não sofrem como outras empresas em períodos 
de crise, o que explica a valorização no acumulado do ano. Porém, por 
serem mais estáveis, quando há uma valorização na bolsa, elas demoram 
mais a acompanhar o movimento e os investidores buscam outros papéis.
 “Com a alta do Ibovespa, houve uma venda de papéis defensivos. E além 
disso, os fundos de dividendos também sofreram com a discussão sobre a 
tributação de energia elétrica. Então as ações relacionadas ao setor , 
que são boas pagadoras de dividendos, tiveram essa tendência de queda”, 
conclui Bittencourt.
Fonte: Exame.
 
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