Os juros caíram e o acesso ao crédito está cada vez mais facilitado no 
país. Antes de assinar um contrato, porém, é importante conhecer as 
diferentes linhas de financiamento oferecidas pelos bancos. A escolha do
 tipo de empréstimo mais adequado para cada necessidade pode resultar em
 uma boa economia.
 Os especialistas em finanças pessoais são unânimes em dizer que pedir 
empréstimo é uma atitude que só deve ser tomada em último caso. Apesar 
de os bancos terem promovido reduções nas taxas neste ano, elas ainda 
estão altas. O Brasil ainda está em quarto lugar no ranking dos maiores juros reais do mundo.
 Mas, se houver mesmo necessidade, existem opções que podem pesar menos no bolso do que outras.
 "Quando os juros estavam mais altos, era possível poupar por 10 ou 15 
anos e conseguir acumular o montante necessário para comprar um imóvel à
 vista. A queda dos juros faz com que haja maior dificuldade para se 
guardar esse dinheiro", diz o professor de finanças do Insper Otto 
Nogami.
 Numa situação assim, pedir empréstimo pode ser a solução mais adequada,
 afirma o professor. E, nesse caso, as linhas específicas de crédito 
imobiliário oferecidas pelos bancos são as mais adequadas, e muitas 
vezes a única opção.
 Os bancos disponibilizam valores mais altos e cobram juros mais baixos 
nessas linhas porque o imóvel é dado como garantia. Se o consumidor não 
pagar, ele pode perder o bem.
 "O financiamento de imóvel também tem benefícios que outros empréstimos
 não têm, como o prazo alongado", acrescenta o educador financeiro 
Conrado Navarro. Atualmente, os bancos chegam a oferecer financiamentos 
por prazos de até 35 anos.
É melhor pegar empréstimo no banco do que na concessionária
 O mecanismo é semelhante ao do financiamento de veículos. É melhor 
pegar um financiamento específico para comprar um carro do que um 
empréstimo pessoal tradicional, por exemplo.
 Como no caso do financiamento o próprio carro é a garantia do 
pagamento, as taxas costumam ser mais baixas. Segundo pesquisa da Anefac
 (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e 
Contabilidade), as taxas cobradas no crédito para compra de carro estão 
em 1,49% ao mês em média.
 Na hora de comprar um carro também costuma ser mais vantajoso pegar o empréstimo diretamente no banco
 do que fazer negócio na concessionária. Isso porque o financiamento da 
concessionária geralmente está atrelado à cobrança de outras taxas, como
 a de retorno, que podem aumentar o valor final pago.
Consignado tem taxa de cerca de 2% ao mês
 Em outras situações, cabe ao consumidor pesquisar e encontrar a melhor 
linha de crédito para aquele momento.  "Quando precisa de dinheiro para 
uma emergência, a maioria das pessoas saca o dinheiro da conta e acaba 
entrando no cheque especial. Mas existem outras modalidades, melhores, 
que podem ser usadas", diz Navarro.
 Se surgir a necessidade urgente de se comprar um eletrodoméstico para 
casa, por exemplo, é melhor evitar o crediário das lojas, com juros 
médios de 4,1% ao mês.
 O crédito consignado, com juros de cerca de 2% mensais, é a melhor 
opção, diz Miguel de Oliveira, da Anefac. Pode ser uma opção, também, 
para quem está com dívidas em uma linha de crédito mais cara: o 
consumidor pode pedir o empréstimo consignado e quitar a dívida antiga à
 vista, substituindo uma pela outra.
 Mas essa opção só está disponível para aposentados e pensionistas ou 
trabalhadores cujas empresas têm convênio com algum banco para oferecer o
 benefício.
Empréstimo pessoal é opção para quem não tem consignado
 O empréstimo pessoal oferecido pelos bancos é a alternativa para quem 
não tem acesso ao consignado.  A taxa média atual, segundo a Anefac, é 
de 3,02% ao mês.
 "Se o consumidor conseguir acessar linhas específicas, como a de 
antecipação do 13º salário e de restituição do Imposto de Renda, a taxa 
pode ser ainda menor", diz Oliveira. Nesses casos, o financiamento 
estará vinculado ao pagamento do benefício: o desconto é feito 
automaticamente após o recebimento por parte do consumidor.
 Em situações extremas, porém, pode não ser possível esperar o crédito 
ser aprovado pelo banco. Aí o cheque especial pode ser usado, ainda que 
com parcimônia, dizem os especialistas.
 "Se alguém da família está com um problema de saúde ou é preciso fazer o
 conserto do carro, ou seja, em condições realmente excepcionais, o 
consumidor pode usar o cheque especial. Mas ele não pode contar com o 
especial como um complemento da própria renda", diz Nogami, do Insper.
 O conselho é baseado nas altas taxas cobradas no cheque especial, de 
7,75% ao mês. Segundo os dados da Anefac, elas só estão abaixo dos juros
 do crédito rotativo do cartão de crédito, de 9,37% mensais. O rotativo,
 que é o crédito acionado quando o consumidor não paga a fatura 
integralmente, deve ser sempre evitado, dizem os especialistas.
Fonte: UOL notícias 
 
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