Os dias 27 e 28 de novembro representaram o fim de um ciclo. 
Nestes dois dias os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do 
Banco Central se reuniram para definir a a taxa Selic – e ela continuou 
nos atuais 7,25% ao ano.
O mercado financeiro já confiava que a taxa permaneceria a mesma. Na 
ata da última reunião, quando a taxa Selic foi reduzida de 7,5% para 
7,25%, o BC apontou que “o cenário prospectivo para a inflação ainda 
comportava um último ajuste nas condições monetárias”. Ou seja, o 
período de cortes havia acabado.
Os cortes começaram em agosto de 2011, quando o BC surpreendeu a 
todos e reduziu a taxa Selic dos então 12,5% para 12% ao ano. Passados 
15 meses e um queda acumulada de 5,25% pontos percentuais na taxa Selic,
 chegamos ao fim do ciclo.
Para avaliar esta empreitada, faremos uma retrospectiva (neste e nos próximos dois posts) do que aconteceu nestes últimos meses.
Crescimento do PIB
Uma das razões dos cortes, senão a principal, foi tentar estimular o crescimento em meio a uma crise mundial.
Como podemos ver no gráfico acima, a redução da Selic não conseguiu 
reverter a tendência de queda do crescimento do PIB.  No terceiro 
trimestre de 2011 o crescimento acumulado nos últimos quatro trimestres 
estava em 3,73%, enquanto no segundo trimestre de 2012 esta taxa estava 
em 1,19%.
Mais importante, a redução histórica não afetou a projeção de 
crescimento do PIB de 2013. No relatório Focus de  agosto de 2011 a 
previsão para o crescimento de 2013 era de 4,5%, enquanto no último, do 
mês de novembro, a previsão era de um crescimento de 4%. Ou seja, apesar
 do corte gigantesco na taxa Selic, a taxa de crescimento do PIB caiu, 
assim como a sua expectativa para o ano de 2013.
Isto pode ser explicado pelo fato de as famílias brasileiras estarem 
cada vez mais endividadas e não haver espaço para aumento do consumo via
 expansão do crédito, mesmo que ele agora apresente taxas mais baixas de
 juros. Resultado: o consumo não consegue ser mais a locomotiva do 
crescimento, como foi no governo Lula.
Esta versão possui parceria com Daniel de Lima e Leonardo de 
Siqueira Lima , graduandos pela EESP-FGV, e é uma extensão do texto 
publicado no jornal Perfil Econômico.
Fonte: Folha uol 
 

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