A poupança e a conta corrente são, disparados, os investimentos
preferidos pelos brasileiros. A Bolsa, no entanto, ainda assusta: apenas
1% da população investe em ações. Os principais motivos:
desconhecimento, falta de dinheiro, baixa renda, medo do risco.
POR QUE O BRASILEIRO NÃO INVESTE EM AÇÕES?
43,5% | Não tem conhecimento |
21,3% | Não sobra dinheiro |
11,9% | Renda muito baixa |
6,2% | Muito arriscado |
2,9% | Desconfia das instituições |
14,2% | Outros/não sabe |
Os dados são de uma pesquisa do Instituto Rosenfield, encomendada pela
BM&FBovespa e divulgada nesta quinta-feira (13). O estudo ouviu
2.000 pessoas em mais de 100 municípios.
Segundo a pesquisa, 43,5% dos entrevistados disseram não investir em
ações por não ter conhecimento suficiente. Para 21,3% das pessoas, o
fato de não sobrar dinheiro no fim do mês é o principal motivo. E quase
12% dos entrevistados veem a Bolsa como investimento "para ricos",
respondendo que não investem porque têm "renda muito baixa".
"Se nós conseguirmos desmistificar essa visão, e tivermos algumas
dessas pessoas investindo R$ 500 em ações por mês ao longo de um ano, e
tivermos esse padrão multiplicado por alguns milhões de brasileiros,
isso mudaria radicalmente a forma de pensarmos sobre o mercado
acionário", afirmou o coordenador do levantamento, Denis Rosenfield.
"A propensão para investir em ações entre pessoas com mais de dez salários mínimos chega a ultrapassar 9%", disse.
Brasileiro prefere menor rentabilidade, com menos risco
Mais da metade (52%) dos entrevistados disseram preferir investimentos
de baixo risco e baixa rentabilidade. A fatia dos que escolheriam
investimentos de alta rentabilidade, porém mais arriscados, é de apenas
7%.
A grande maioria dos brasileiros tem perfil conservador de investimento
(65,5%). Com menos medo de arriscar, apenas 1,6% dos entrevistados
foram considerados com alta propensão a investir em ações.
Mais da metade não tem 'sobra' no fim do mês
O tamanho da renda é fundamental para determinar as decisões sobre investimento.
INVESTIMENTOS PREFERIDOS*
44,4% | Poupança |
37% | Conta corrente |
3,7% | Imóveis |
3,3% | Títulos de capitalização |
1% | Ações |
0,8% | CDBs |
0,6% | Fundos de renda fixa |
0,6% | Fundos DI |
0,6% | Ouro |
40,8% | Não faz investimentos |
- * A pesquisa permitia escolher mais de uma opção para esta pergunta
"A maioria das pessoas nem considera investir em ações porque tem
preocupações financeiras mais urgentes, de sobrevivência", afirmou
Rosenfield.
Questionados sobre o destino dado ao dinheiro que sobra no fim do mês,
mais da metade dos entrevistados (53,4%) afirmaram que não há
excedentes.
Entre os jovens ouvidos, no entanto, a perspectiva é mais animadora: 36,9% já guardam dinheiro com algum objetivo definido.
40% não sabem função do mercado de ações
Vale notar que 57,6% dos entrevistados avaliaram seu conhecimento sobre ações como "baixo".
Quando questionados sobre a função do mercado de ações, 40% dos
entrevistados não souberam ou não quiseram responder à questão; 33%
acertaram, afirmando que serve para "unir pessoas e empresas que querem
comprar ações a pessoas e empresas que querem vender ações". Mas grande
parte respondeu que a função do mercado seria "aumentar o preço das
ações" ou "ajudar a prever o lucro das ações".
O significado da compra de ações, por sua vez, é melhor entendido pela
população. Quase 60% dos entrevistados souberam dizer que ela torna o
titular "dono de uma parte da empresa". Ainda assim, mais de 10% acham
que, comprando ações, "empresta-se dinheiro à empresa"; outros 5,8%
acreditam que o titular se torna "responsável pelas dívidas da empresa".
Isso mostra que o desconhecimento ainda é uma barreira para a maior
adesão de pessoas físicas ao mercado acionário.
Bovespa oferece últimos cursos de educação financeira do ano
A BM&FBovespa oferece um calendário de cursos gratuitos e
presenciais sobre planejamento financeiro. Ainda dá para aproveitar dois
deles em 2012, em São Paulo.
Fonte: uol
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