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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O fim de um ciclo – parte II

Taxa de câmbio e Exportações
Ao reduzir a taxa de juros, o BC diminui o diferencial da taxa de juros doméstica com a mundial. Ao reduzir a taxa real de juros, portanto, o apetite estrangeiro por títulos da dívida brasileira diminui. Consequentemente, com menos dólares entrando no Brasil para comprar títulos públicos, o apetite por reais também cai, e a moeda nacional se desvaloriza.

Com a redução da Selic o governo também esperava desvalorizar o real, já que julgava, assim como a maioria dos economistas, que o real estava valorizado. Esta valorização estaria prejudicando as exportações brasileiras, principalmente a de manufaturados. Assim, através da taxa de câmbio, o governo esperava que as exportações fossem outro fator de crescimento para o PIB brasileiro.



O primeiro gráfico mostra que o governo foi bem sucedido ao tentar desvalorizar o real. Atualmente a taxa de câmbio flutua entre 2,0 e 2,1 R$/US$ e a expectativa é que continue assim durante 2012 e 2013, favorecendo os exportadores brasileiros.

No entanto, o segundo gráfico mostra que as exportações brasileiras estão em queda livre. As exportações brasileiras de bens, de janeiro a outubro deste ano, se comparadas com o mesmo período do ano anterior, caíram 4,61%.

Alguém poderia argumentar que as exportações caíram por causa da crise mundial, e não havia nada que o governo poderia fazer, outros países também sofrerão. No entanto, como o gráfico a seguir mostra, o desempenho das exportações brasileiras neste ano será muito pior do que aquele de economias desenvolvidas que sofreram com a crise do subprime, nos EUA, e com a crise do Euro.



Portanto, o que fica evidenciado é que não se pode culpar apenas o cenário econômico global pelo desempenho fraco das exportações brasileiras, que crescerão menos do que o esperado para as economias emergentes. Existem outros problemas estruturais (como infra-estrutura precária, educação de baixa qualidade e altos impostos) que afetam o desempenho das exportações e não podem ser mascarados através da manipulação da taxa de juros e da taxa de câmbio. Se o governo não focar em resolvê-los, o Brasil continuará a depender de uma alta na cotação das commodities para aumentar as suas exportações.

Esta versão possui parceria com Daniel de Lima e Leonardo de Siqueira Lima , graduandos pela EESP-FGV, e é uma extensão do texto publicado no jornal Perfil Econômico.
 
Fonte: Folhauol

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