Panorama Mundo
Após o acordo (simples, mas real) sobre o fiscal cliff* nos Estados Unidos, a segunda semana de janeiro teve movimentações laterais nas bolsas internacionais.
É nesse período em que os balanços
empresariais do 4º trimestre de 2012 são divulgados. Os investidores
esperam os resultados para começarem a traçar seus cenários para 2013.
Além disso, ainda há questões fiscais norte-americanas (como o aumento
do teto da dívida) que elevam a cautela do mercado.
No mais, a semana teve alguns
acontecimentos importantes. No âmbito internacional, houve
flexibilização das regras do acordo de Basileia III na segunda-feira –
agora mais ativos serão aceitos como capital próprio.
Na Europa, o desemprego europeu aumentou
novamente para 11,8% , segundo dado de novembro a Alemanha apresentou
queda, maior que prevista, nas exportações de -3,4%.
Enquanto isso a China teve crescimento
de 14,6% nas exportações e 6% nas importações em dezembro. Os dados
foram acima do esperado. No entanto, o país também teve uma inflação
alta de 2,5% em dezembro, o que desanimou os mercados na sexta-feira.
Ainda na Ásia, o Japão iniciou as
medidas prometidas pelo novo primeiro-ministro e anunciou um programa de
estímulo fiscal de US$ 116 bilhões.
Por fim, o déficit comercial norte-americano caiu em novembro, chegando a US$48,7 bilhões.
Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa apresentou maior
volatilidade e fechou a semana com queda de 1,64%. Eventos internos
somados aos internos impediram que as altas de quarta e quinta-feira
recuperassem o índice.
Houve aumento na inadimplência de 15% em
comparação com 2011 e queda no emprego industrial e na confiança da
construção civil. Além disso, houve os temores em relação ao possível
racionamento de energia.
Enquanto isso, o dólar foi se
valorizando vagarosamente até chegar ao patamar de R$2,0296. O acordo
sobre o fiscal cliff e a maior preocupação do Bacen com a inflação foram
os responsáveis.
Os juros se mantiveram praticamente estáveis, precificando uma manutenção da taxa SELIC de 7,25% na próxima reunião do Copom.
No entanto, a inflação continua a subir.
Nessa semana, foi divulgado o IPCA de dezembro: aumento mensal de
0,79%, valor alto e acima do esperado. A inflação do ano de 2012 veio em
5,84% bem acima da meta de 4,5%, mas dentro da banda de aceitação.
O mercado não viu com bons olhos o dado
que foi agravado com um IGP-DI anual de 8,1%, acima dos 5% de 2011. Com
menos alternativas ao combate à inflação, pois as tarifas de energia
elétrica foram reduzidas e os IPIs também, a preocupação com o dragão da
inflação volta ao cenário brasileiro.
Expectativas da Semana
Na próxima semana, os mercados devem
continuar cautelosos, esperando alguma indicação concreta para o cenário
econômico desse ano. Porém, isso é improvável que ocorra tal cedo.
As bolsas continuarão andando
lateralmente, só variando mais quando os dados que forem divulgados
vierem muito aquém ou além do esperado. Vale chamar sua atenção para o
dado de produção industrial norte-americana que sai na quarta-feira,
Enquanto isso, o câmbio deve se manter
praticamente estável com leves valorizações do dólar. O mercado deve
continuar testando, vagarosamente, a banda informal do Banco Central.
Destaque para a Reunião do Copom da
quarta feira em que. não devem haver mudanças na taxa básica de juros. A
ata que acompanha a decisão ditará se o Bacen focará no combate à
inflação ou continuará com o discurso de convergência não-linear para a
meta.
A CJE-FGV
espera que a ata dê pequenas indicações de maior combate à inflação.
Porém, o discurso deve continuar sendo de manutenção dos juros até o fim
do ano. Além disso, a ata deve transparecer que haverá o uso de medidas
macroprudenciais, como o câmbio e os compulsórios, para combater a
inflação.
*Dicionário Economês-Português
Fiscal cliff (abismo fiscal) –
Aumento de impostos e corte de gastos governamentais automáticos
previstos para ocorrerem no início de 2013 nos EUA. Se realmente
ocorrer, o país pode entrar em outra recessão.
Fonte: Folhauol.com.br
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