
Recentemente, o Copom anunciou a manutenção da taxa se juros básica da economia, a Selic, em 7,25% ao ano.
A interpretação macroeconômica desse fato já foi abordada diversas 
vezes aqui, focamos, então, nossa atenção agora nos impactos desse fato 
para seus investimentos pessoais.
Com o passar do tempo, tem-se agravado a discrepância entre a Selic e
 o CDI, sendo que ambas refletem interações diárias da oferta e demanda 
de dinheiro no mercado financeiro, e, deveriam, portanto, ser 
estritamente relacionadas, muito próximas. A primeira remunera títulos 
do Tesouro e o segundo, operações interbancárias.
Para se ter ideia dessa discrepância crescente, hoje em dia, a 
diferença entre as duas taxas é de cerca de 0,17%, enquanto que, um ano 
atrás, era de 0,02%.
O fato ganha relevância ao analisarmos o volume de títulos no Brasil 
remunerados através de certa indexação à CDI, sejam debêntures ou CBDs, 
cerca de R$ 1,45 trilhão.
Evidentemente, essa defasagem do CDI torna menos atrativos os 
investimentos em renda fixa, considerando a inflação relativamente alta e
 os juros baixos.
Para alguns economistas, essa diferença reflete a iniciativa do 
governo de desindexação da economia. O aumento da liquidez para os 
bancos teria reduzido a taxa de empréstimo de recursos entre eles.
Para outros, no entanto, como os analistas do renomado jornal 
Financial Times, em notícia do dia 16 de janeiro, esse seria um reflexos
 do famoso “jeitinho brasileiro”. Segundo ele, o governo anunciaria uma 
taxa de juros, diferente da que, na prática ocorreria, permitindo que os
 bancos cobrassem interbancárias mais baixas para estimular a economia, 
ainda que, oficialmente, não admitisse a redução dos juros.
Ainda segundo o jornal, tal ação estaria sob os conformes da 
legalidade, mas o Banco Central estaria usando de artifícios bem típicos
 dos jeitinhos a que os brasileiros estão acostumados.
Fonte: Folhauol.com.br 
 
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