O
mercado futuro é uma evolução do mercado a termo onde são negociados
diversos ativos como, por exemplo, commodities, ações, moedas e títulos
públicos.
Assim como no mercado a termo, é um
acordo entre duas partes para comprar ou vender um ativo em determinada
data futura, por preço certo e ajustado.
É utilizado, normalmente, como proteção contra o risco de oscilação de preços (hedge).
Com os futuros de commodities, por exemplo, é possível garantir a
fixação dos preços de determinadas mercadorias que, de outra forma,
suportariam no preço os impactos diretos de fatores extrínsecos, como
clima, condições de solo e outras intempéries.
Os contratos futuros são negociados
apenas em bolsas de valores e mercadorias, possuindo características
muito especificas a depender do ativo objeto da negociação. Dentre as
características mais abrangentes, o mercado futuro possui menor risco de
inadimplência quando comparado ao mercado a termo, em razão dos ajustes
diários e da mobilidade de posições, traduzida pela possibilidade de
recompra e revenda dos contratos – as partes conseguem encerrar suas
posições antes da data de liquidação.
O ajuste diário pode ser vislumbrado como
uma das grandes diferenças entre o mercado termo e o mercado a futuro.
Neste, ocorre a equalização de todas as posições, com base no preço de
compensação do dia, resultando na movimentação diária de débitos e
créditos nas contas.
Nos contratos, são requeridas garantias
para assegurar que haverá fundo suficiente para cobrir prejuízos no caso
de inadimplência de uma das partes do contrato. As garantias podem se
constituir nas modalidades de cobertura ou margem.
Quanto aos encargos, as operações estão
sujeitas a taxa de corretagem (livremente pactuada entre o cliente e a
corretora que ele contratar), taxa de registro, emolumentos e taxas de
liquidação.
Não há incidência de imposto sobre
operações financeiras (IOF), e o imposto de renda (IR) incide sobre
todas as operações, sendo que os procedimentos são diferenciados a
depender do tipo de contrato e modalidades.
Segue, a título ilustrativo, um exemplo de operação de hedge
no mercado futuro, adaptado do Manual da BM&F BOVESPA. Neste
exemplo não são considerados os custos operacionais e os tributos. Vale
notar que as taxas de câmbio utilizadas no exemplo são fictícias.
Exemplo: Considere um
exportador que irá receber, em março, a quantia de US$ 30.000 e que teme
uma possível baixa da moeda norte-americana. Com o intuito de não ficar
exposto a essa variação cambial até o vencimento, vende minicontratos
futuros na BM&F Bovespa.
A operação ocorre da seguinte maneira:
-Valor do contrato futuro mini de dólar: US$ 10.000
-Nº de contratos = 3
-Taxa de câmbio de abertura da posição no mercado futuro: R$ 2.622/US$ 1,00
-Taxa de câmbio de ajuste do dia que a operação foi realizada: R$ 2,621/US$ 1,00.
-Suposição da taxa de câmbio no mercado a vista no dia do vencimento do contrato: 2,400/US$ 1,00.
AJUSTES DIÁRIOS
Nesse caso, o cenário de queda temido
pelo exportador se concretizou e ele obteve um ganho total de R$ 6.660
no transcorrer do contrato. Vale ressaltar que esse ganho no mercado
futuro é anulado pela perda que ele terá ao receber os dólares de seu
cliente, conseguindo êxito no hegde proposto.
É interessante notar que foram realizados
ajustes diários, débitos e créditos, nas contas das duas partes
envolvidas. Esse procedimento faz com que o risco seja mitigado e
dissolvido no tempo.
É possível acompanhar o mercado futuro em
jornais, revistas e sites especializados ou ainda contar com assessoria
de profissionais de corretoras.
Fonte: folhauol.com.br
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