O PIB Brasileiro cresceu apenas 0,9% em 
2012. Praticamente todos veículos lamentaram ou criticaram o resultado, 
disseram que o crescimento foi pequeno. Mas o que isso significa?
Comecemos pelo básico: PIB significa 
Produto Interno Bruto e é a medida de todos os bens e serviços finais 
que foram produzidos em um país ou região durante certo período de 
tempo.
Ou seja, o PIB é, consequentemente, a 
principal medida de riqueza de um país, afinal quanto mais um país 
produz mais ele pode consumir.
Existem várias formas de medir o PIB, uma
 delas é pela ótica da produção. Por esse meio, o IBGE procura medir o 
valor da produção de vários setores e somá-los.
Se pensarmos que tudo que é produzido deve ser consumido, podemos medir o PIB pela ótica da demanda também.
Diante disso, o IBGE mede o consumo das 
famílias e do governo e depois os ajusta para as importações e 
exportações. Após isso, adiciona o que chamamos de formação bruta de 
capital fixo que explicaremos mais adiante.
Então, se o PIB cresceu 0,9% em 2012, a 
produção brasileira também cresceu e o país está consumindo mais que 
2011, não? Sim! A produção realmente cresceu, mas países em 
desenvolvimento, como o Brasil, tendem a ter taxas de crescimento 
superiores a 3% ao ano. Crescer somente 0,9% é ruim.
E por que foi tão ruim? Se analisarmos a 
tabela do IBGE  a seguir, podemos ver que, em 2012, o único setor que 
cresceu foi o de serviços (1,7%).  O setor de agropecuário sofreu com os
 preços de commodities e encolheu 2,3%. A indústria também deixou a 
desejar com sua produção caindo 0,8%.

O setor de serviços impulsionou o PIB, 
mas não podemos dizer que agricultores, pecuaristas ou indústrias foram 
os responsáveis pelo problema. O baixo crescimento foi generalizado.
Se pensarmos pelo lado da demanda, 
podemos ver que a despesa de consumo das famílias e do governo 
aumentaram 3,1% e 3,2%, respectivamente. As exportações também 
aumentaram em 0,5%. A importação, que é subtraída do total, aumentou 
0,2%, contribuindo negativamente para o PIB. Por fim, a formação bruta 
de capital fixo (FBKF) caiu 4,0%.
Então, se continuamos consumindo e exportando, o vilão da história foi essa tal de FBKF. E o que seria isso?
A formação bruta de capital fixo é 
equivalente a todo o investimento feito em bens de capital. Esses são 
bens que são utilizados para produzir outros bens, como máquinas e 
equipamentos. Logo, mesmo consumindo, o Brasil deixou de investir. No 
fim, o verdadeiro vilão foi a falta de confiança dos investidores.
E o que podemos concluir de tudo isso? 
Podemos dizer que nem tudo está ruim. O brasileiro consome mais e a 
demanda interna continua aquecida.
Se isso continuar assim, as empresas 
devem chegar à conclusão de que sempre haverá consumo para seus produtos
 e, consequentemente, lucro. Assim, o investimento volta a ocorrer no 
país.
Resta-nos torcer para que isso ocorra 
antes que a falta de investimento diminua a renda da população e, 
portanto, reduza o consumo e o crescimento do PIB.
Fonte: folhauol.com.br 
 
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