Apesar de ser uma modalidade ainda pouco conhecida, já se transformou
 em um dos mais importantes instrumentos de obtenção de recursos das 
empresas brasileiras.
Debênture é um título de dívida que 
confere ao seu detentor um direito de crédito contra a empresa emissora.
 Em outras palavras, ao comprar uma debênture o investidor está 
emprestando dinheiro a uma empresa.
Do ponto de vista da empresa, esse 
instrumento é interessante como alternativa aos empréstimos e 
financiamentos bancários, pois a taxa de juros paga é, via de regra, 
menor do que a aplicada por um banco. Já do ponto de vista do 
investidor, a taxa de retorno, ajustada ao risco, é maior do que a 
recebida nos investimentos tradicionais dos bancos.
Diferentemente dos investimentos mais 
conhecidos do público em geral, como a caderneta de poupança e os CDBs, 
nas debêntures, você não empresta recursos para bancos e sim para 
empresas. Nesse sentido, o investidor deve se preocupar com a capacidade
 de crédito da empresa tomadora. Hoje em dia, há inúmeras agências de rating que sinalizam seu julgamento sobre a qualidade da dívida e da empresa.
Interessante notar que essa modalidade 
apresenta remuneração superior a maioria dos títulos emitidos por bancos
 e pode ter remuneração pré ou pós-fixada ou até uma combinação de 
ambas. Existem papéis com preço unitário a partir de R$ 1.000,00.
Uma característica importante é que as 
debêntures geralmente são ativos de médio e longo prazos. Entretanto, 
muitas apresentam liquidez diária uma vez que podem ser negociadas em 
mercados organizados.
O investidor ao comprar esse título deve
 atentar se existe um número grande e frequente de compradores e 
vendedores para o título que pretende adquirir.
Mesmo não havendo, algumas corretoras de
 valores oferecem liquidez diária ao papel, independentemente do 
interesse do mercado, a fim de estimular essa modalidade de 
investimento, uma vez que a corretora sempre ganha quando o título é 
transacionado.
Em relação à tributação, as debêntures 
possuem isenção de imposto sobre operações financeiras (IOF), porém há 
incidência de imposto de renda (IR) regressivo sobre os rendimentos 
auferidos. A alíquota de IR é de 22,5% para operações com prazo de até 
180 dias, 20% para operações de 181 dias até 360 dias, 17,5% para 
operações de 361 dias até 720 dias e 15% para operações de prazo 
superior a 720 dias. O  imposto de renda é retido na fonte por ocasião 
do recebimentos dos rendimentos ou no resgate.
Resumindo, debêntures são instrumentos 
de renda fixa que apresentam graus diferenciados de risco, de acordo com
 a qualidade de crédito da empresa emissora. A seleção entre uma ou 
outra debênture dependerá da disposição que cada investidor tem em 
relação a exposição ao risco.
Vale lembrar que, como quase tudo no 
mundo financeiro, há sempre uma relação de risco com o retorno esperado.
 Em outras palavras, empresas de melhor qualidade prometem uma taxa 
menor, pois o investidor correrá pouco risco ao emprestar o seu 
dinheiro. Em contrapartida, empresas mais endividadas prometem taxas de 
juros mais altas para compensar e atrair o investidor. Além da avaliação
 do risco de crédito, é importante atentar ao risco de liquidez e ao 
grau de sensibilidade da empresa às oscilações do mercado.
Para investir em debêntures, é preciso 
ser cliente de uma corretora que negocie esse produto. Os relatórios de 
bancos sobre empresas, as agências de rating e os analistas de corretoras podem auxiliar o investidor na análise da empresa a ser investida.
A seguir uma simples ilustração da 
rentabilidade das debêntures frente à poupança e aos CDBs. Neste caso, 
poupança e CDBs possuem garantia do FGC até 70 mil.
É importante salientar que a 
rentabilidade dos instrumentos de renda fixa é sempre ancorada no 
vencimento do título (juros + amortizações). Caso o investidor venda o 
título, antes do vencimento, poderá ter perdas ou ganhos com a 
aplicação, dependendo das taxas de juros presentes, bem como das 
expectativas das taxas de juros futuras.
Fonte: Folha Uol 
 

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