Na sexta-feira passada, o Brasil assistiu a uma promoção generalizada nas lojas de varejo, conhecida como Black Friday.
Essa tradição nasceu nos Estados Unidos, onde o dia posterior ao Dia de
Ação de Graças inaugura a temporada de compras natalinas com grandes
descontos na maioria das lojas de varejo, desde 1961.
Muitos brasileiros aguardaram esse dia para comprar roupas,
eletrodomésticos, eletrônicos e alguns até mesmo madrugaram nas filas
nas portas das lojas, em busca das melhores vantagens. Mas será que esse
esforço vale tanto a pena assim?
Várias lojas aumentaram os preços de seus produtos pouco antes da
sexta-feira e sobre esse valor mais elevado, aplicaram os “fabulosos”
descontos prometidos de até 70% , o que resultava, na prática, em pouca
vantagem para o consumidor.
O Homo œconomicus, previsto na teoria
econômica, na prática, nem sempre é totalmente racional, acabando
exposto a ser ludibriado em algumas situações. No caso da Black Friday, a
impressão de estar aproveitando uma oportunidade imperdível e descontos
fabulosos, sem precedentes, faz com que as pessoas comprem
demasiadamente nesse dia, além, até mesmo, de sua necessidade.
Outros fatores contribuem para a impulsividade nas compras.
Geralmente, nas lojas que participam dessa promoção, há um cronômetro,
cuja função é exaltar a exclusividade da oportunidade e estimular ainda
mais o impulso consumista, não permitindo ao consumidor ter tempo
suficiente para refletir sobre o que está prestes a fazer.
É importante, em situações como essa, procurar recobrar a
racionalidade e pensar se realmente o produto desejado é tão necessário
assim. Deve-se tomar cuidado para não cai na famosa armadilha do
crédito, já que nem sempre a pessoa tem meios de pagar por tudo aquilo
que adquiriu e acabando pagando por meio de cartões de crédito ou
crediários.
Nesses casos, com os juros escorchantes que geralmente são aplicados,
é possível que, ao final, o consumidor pague por mais de um produto e
que sua Black Friday se torne uma Red Friday, já que, quase certamente,
seu orçamento doméstico se encerrará no vermelho.
Descontos são, sim, muito atrativos e podem ser bem aproveitados. No
entanto, para desfrutar do melhor que eles têm a oferecer, o consumidor
tem que manter a parcimônia e, acima de tudo, o senso crítico.
Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP
Fonte: Folha uol
Fonte: Folha uol
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