Semana passada, o Wall Street Journal
(WSJ) publicou uma matéria mostrando a importância do tempo e o poder
dos juros nos rendimentos das nossas poupanças. Para isso ele comparou
duas situações: um jovem iniciando um poupança aos 25 anos e um adulto
iniciando uma poupança ao 45 anos, como vemos pelo quadro a seguir.
O jovem, apesar de depositar metade do
valor do adulto por mês, o faz pelo dobro do tempo, dessa forma, ambos
poupam a mesma quantia de R$24.000. O gráfico abaixo está alinhado com
uma das frases mais célebres do Einstein: “Os juros compostos são a força mais poderosa do universo”.
Interessante notar que o jovem consegue
praticamente o dobro em rendimentos do que o adulto poupando a mesma
quantidade total de R$ 24.000. Isso se deve principalmente, aos juros
que ele obtém, já que no primeiro caso incide sobre 40 anos e no segundo
sobre 20 anos.
Vale uma reflexão que não foi feita pelo
WSJ. Imagine que o jovem ganhe R$ 1.000 por mês, e portanto os R$ 50
que ele poupa representam 5% de sua renda. Este jovem deve abdicar
muitas coisas da vida para ter que guardar esse 5% da sua renda todo
mês.
Para o adulto, vamos supor um salário 4x
maior, é provável que dos 25 para os 45 anos uma pessoa consiga
aumentar o seu salário nessa proporção, neste caso, de R$ 1.000 para R$
4.000.
Sendo assim, esses R$ 100 poupados
significam apenas 2,5% da renda desse adulto, ou seja, ele tem que
abdicar bem de outras coisas do que o jovem que começou a poupar no auge
da vida adulta aos 25.
Dessa forma, vamos fazer um ajuste que o
WSJ não fez. A simulação a seguir considera que o adulto poupa a mesma
proporção do que o jovem, ou seja, 5% da renda. Neste caso então, o
adulto começaria a poupar 200 reais a partir dos 45 anos (5% de sua
renda) e vemos o seguinte resultado:
O adulto apesar de começar a poupar mais
tarde, consegue um montante maior ao final do período. Por incrível que
pareça, poupar quando se é jovem nem sempre é uma boa estratégia, pois
você irá poupar pouco (dado que ganha pouco) e para isso deve abrir mão
de muito. Sem contar o fato de que é mais custoso poupar 5% com uma
renda de R$ 1.000 do que com uma renda de R$ 4.000.
Antes de fazer uma estratégia de
poupança, é fundamental se indagar se a renúncia do consumo no presente
vale o prazer do consumo futuro que incorpora juros. Em muitos casos,
mais vale começar a poupar mais tarde quando se tem um salário maior e,
portanto, isso significa menos renuncias na vida!
Fonte: Folhauol
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