Panorama Mundo
A semana passada foi de alta para as 
bolsas internacionais. Com o acordo norte-americano sobre o teto de sua 
dívida* e alguns bons indicadores, as bolsas subiram  consistentemente.
 O congresso americano chegou a um acordo
 para aumentar o teto de sua dívida* pelo período de três meses. A ideia
 é que o orçamento possa ser votado antes que haja cortes indesejados 
nos gastos do governo.
Ainda nos Estados Unidos, os preços dos 
imóveis apresentaram alta, o que indica sinais de recuperação, e os 
pedidos de auxílio-desemprego vieram abaixo do esperado.
Quanto à temporada de divulgação de 
resultados empresariais, a Apple apresentou números decepcionantes e 
perdeu o posto de companhia mais valiosa do mundo. No entanto, os 
resultados são positivos no agregado.
Na Europa, líderes da União Europeia 
aprovaram novos impostos sobre transações financeiras, o que afetou 
negativamente o mercado. Em contrapartida, índices de confiança vieram 
acima do esperado, especialmente, na Alemanha.
Na China, o PMI* preliminar foi de  51,9,
 valor mais alto desde janeiro de 2011. O número indica aceleração na 
recuperação chinesa.
Panorama Brasil
No Brasil, apesar de boas notícias advindas dos EUA e da China, o Ibovespa fechou a semana com queda de 1,27%.
O grande vilão desse desempenho ruim foi o
 feriado de sexta-feira. Com o aniversário da Cidade de São Paulo a 
caminho, os investidores ficaram temorosos de que dados ruins pudessem 
ser divulgados na sexta-feira e reduziram suas posições na bolsa.
No ambiente nacional, destaque para os 
preços. Com o IPC-S acelerando para 1,03% na terceira quadrissemana de 
janeiro e o IPCA-15 subindo para 0,88% em janeiro, ante 0,69% em 
dezembro, as preocupações com a inflação aumentaram.
Aliviando as tensões sobre os preços, a 
presidente Dilma anunciou que haverá redução de 18%, para residências, e
 de 32%, para indústrias, agricultura, comércio e serviços, na conta de 
energia elétrica.
Diante de todo esse cenário, a ata do 
Copom foi divulgada dando claros sinais de que o Banco Central possui 
maiores preocupações com a inflação. O BACEN afirmou que o cenário de 
preços piorou e que futuras decisões para a política monetária “serão 
tomadas com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação 
para a trajetória de metas”.
A inflação também afetou o câmbio. Com a 
ata do Copom, o mercado começou a acreditar que o BC usaria o câmbio 
como forma de reduzir a inflação e atuou de forma a apreciar o real. O 
dólar caiu de R$2,043 para R$2,028 nessa sexta-feira.
Expectativas da Semana
As bolsas internacionais parecem já ter 
ditado o ritmo para as próximas semanas. As movimentações diárias devem 
ser pequenas até que o mercado descubra o verdadeiro caminho da economia
 mundial em 2013.
A vantagem é que os dados estão vindo ligeiramente positivos e a tendência, mesmo que leve, deve ser de alta no médio prazo.
Enquanto isso, o Brasil deve continuar em
 sua batalha para estimular o crescimento econômico e domar a inflação. 
Mesmo com a desaceleração dos preços de commodities agrícolas, o IPCA só
 deve parar de acelerar no fim de fevereiro. Além disso, se nada for 
feito, ele pode se manter em patamares elevados e ameaçar romper o teto 
da meta de 6,5%.
Para a próxima semana, as expectativas de
 inflação devem aumentar. Além disso, com a nova postura do Banco 
Central, a curva de juros deve aumentar nas maturidades médias, 
retirando qualquer probabilidade de corte na taxa SELIC que estava 
precificada.
Quanto ao câmbio, próxima semana pode 
prometer uma maior volatilidade, pois há o vencimento de contratos de 
swap cambial do Banco Central. Esses contratos tem o efeito de 
valorização do real. Se não forem rolados, o mercado entenderá que o BC 
não usará o câmbio como ferramenta no combate a inflação e o dólar deve 
se valorizar.
*Dicionário Economês-Português
Teto da dívida norte-americana –
 Nos Estados Unidos, há um limite para o tamanho da dívida pública. Esse
 limite, ou teto, é definido pelo Congresso. Se a dívida chega nesse 
patamar, o governo é obrigado a cortar gastos. Até a semana passada, os 
EUA se aproximavam de superar tal barreira, mas o Congresso votou por 
uma elevação temporária da mesma.
PMI – O Purchasing Managers Index,
 ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que 
procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor
 privado.
Fonte: Folhauol.com.br 
 


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