O brasileiro fica em média, 150 dias do
ano para pagar impostos e taxas governamentais. Ou seja, de janeiro ao
final de maio trabalha paraco governo.
De acordo com o Ministério da
Previdência, a aposentadoria por tempo de contribuição é de 35 anos para
o homem e 30 anos para a mulher. Como resultado, assumindo os 365 dias
do ano, o homem e a mulher trabalham aproximadamente 14 e 12 anos
(respectivamente) somente para contribuir com seus deveres fiscais.
Além disso, enfrentamos ainda gastos
mensais quase indispensáveis como aluguel, água, luz, condomínio e os
vitais, como, alimentação.
Diante dos pífios serviços de educação e saúde, os mais favorecidos, ainda pagam escola particular, cursos de inglês e plano de saúde.
Além destes custos “obrigatórios” que
deveriam exigir uma reflexão e planejamento das finanças pessoais das
famílias brasileiras, ainda temos as outras despesas como vestuário,
lazer, transporte, comunicação, etc. Esses pagamentos são tão comuns e
rotineiros que acabam sendo feitos de forma automática e passam
despercebidos no orçamento mensal.
Desde a crise internacional revelada em
2008 , com a quebra do Lehman Brothers, assistimos um cenário econômico
instável, queda no rating de grandes países e empresas, variações constantes no nosso PIB e uma inflação longe do centro da meta.
A crise e as incertezas geradas parecem
não intimar os brasileiros , continuamos consumindo de uma forma
desenfreada. Uma pesquisa intitulada Educação Financeira do Consumidor Brasileiro que
foi realizada pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e
SPC Brasil em Fevereiro, revelou que dos 646 consumidores pesquisados
em todas as capitais do país, 85% fazem compras sem planejamento, destes, 54% fazem compras por impulso.
Para piorar, o PIB não cresce , o
crescimento brasileiro de aproximadamente 0,9% em 2012 e de uma projeção
de 3% para o final de 2013 5,7% para o IPCA (Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo).
Uma demanda de consumo desacompanhada de
uma oferta produtiva, acaba invariavelmente gerando mais inflação,
endividamento das famílias e maior lucro dos empresários.
Em tempos de crise e instabilidades
econômicas, o mais natural seria que as famílias gastassem mais nos bens
e serviços de primeira necessidade e menos nos supérfluos, porém não é
isso que tem acontecido.
A magia da publicidade, as novas
tecnologias e os designs sedutores deixam a vida do consumidor mais
difícil nessa tarefa. Uma simples reflexão pode ajudar, será que é
necessário a troca de carro por um carro novo? Este smartphone fará tanta diferença? Parcelar no cartão de crédito faz sentido? Meu orçamento comporta uma nova dívida?
O brasileiro parece não refletir muito já que o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor
, que é atualizado e divulgado mensalmente pelo Serasa, aponta um
crescimento de 14,9% na inadimplência pessoa física em 2012 em relação
ao ano anterior. O índice foi impulsionado pelas dívidas em atraso com
as financeiras, cartões de crédito e empresas não financeiras
(telefonia, fornecedoras de água e luz).
Conhecer a real capacidade de pagamento
é fundamental para um endividamento mais saudável, uma inadimplência
menor, um consumo consciente e uma possibilidade maior de poupança.
A questão não é deixar de viver, mas sim gerar maior utilidade para dinheiro que foi trabalhado.
Fonte: folhauol.com.br
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