Em busca de menos burocracia e mais
acessibilidade para obter recursos, o brasileiro tem ampliado seu
interesse em modalidades de compra diversificadas, e uma das
alternativas mais requisitadas por conta de seus custos e risco menores
tem sido o consórcio.
Dados da Associação Brasileira de
Administradoras de Consórcios (Abac) apontam um aumento significativo no
volume de negócios no último ano: entre os meses de janeiro e fevereiro
de 2013, foram negociados aproximadamente R$12,5 bilhões em consórcios,
enquanto que no mesmo período em 2012 este volume ficou próximo de
R$10,5 bilhões, indicando um crescimento de 19%.
As negociações não ficam mais restritas a
imóveis e veículos. Consórcios de serviços como casamentos, festas e
reformas começam a tomar espaço no mercado, e o crescimento tem sido
bastante rápido dada a atratividade do negócio.
Com essa ampla gama de possibilidades,
muitos indivíduos têm optado por utilizar a modalidade como forma de
investimento, esperando altos rendimentos com a venda do produto
adquirido a baixos custos.
Contudo, uma breve análise é suficiente para
mostrar que o retorno neste caso não é nem um pouco interessante.
Tomando como base a negociação de um
veículo popular no valor de R$29.500,00, o cidadão poderia optar por
parcelar sua aquisição em 80 vezes de R$447,00 (com um total de
R$35.750,00 investidos por conta de taxas de administração cobradas pelo
banco). Se, em vez de pagar o consórcio, o comprador decidir aplicar
seu dinheiro, receberá a quantia para pagar o veículo em um período
muito menor.
O investimento em CDB, por exemplo, gera
os R$29.500,00 em 59 meses, e no Tesouro Direto em apenas 58 meses. Ao
final de 80 meses, o CDB totaliza R$42.925,00, e o Tesouro paga
R$43.750,00.
Como investimento, a efetividade do
consórcio é baixa. No entanto, para a aquisição de bens, as vantagens em
comparação com financiamentos são praticamente indiscutíveis, já que o
dinheiro utilizado é pessoal, e não da instituição financeira.
Considerando o mesmo veículo no valor de
R$29.500,00, temos parcelas de R$447,00 no consórcio, enquanto que
financiamentos cobram aproximadamente R$925,00 ao mês. Após 80 meses, o
consorciado terá pago R$35.750,00 em seu bem, e o financiamento custará
mais de R$74.000,00 –uma diferença brutal.
Ainda assim, pode ser que a necessidade
do bem seja muito grande, e neste caso não há como fugir das tenebrosas
taxas de juros brasileiras, pois no consórcio, um plano para longo
prazo, depende-se de sorteio ou de lances muito altos.
Administrar as finanças pessoais é parte
do processo de poupança, mas para muitos pode ser uma prática bastante
complexa. Por isso, se “dinheiro na mão é vendaval”, poupar em
consórcios tendo que pagar uma taxa de administração irrisória se
comparada com os juros de bancos pode ser uma boa opção.
Fonte: folha.uol
Nenhum comentário:
Postar um comentário