Em reunião na noite de quarta-feira (28), o Comitê de Política Monetária
do Banco Central optou pelo aumento da taxa de juros básica da
economia, a Selic, em 0,5 ponto percentual, atingindo 9% ao ano. Segundo
o boletim Focus, divulgado na sexta-feira da semana passada, a mediana
das expectativas de mercado era de que tal taxa atingisse 9% ao ano.
Vale lembrar que os analistas ainda esperam, para este ano, dois
aumentos na Selic de 0,5 ponto percentual com encerramento do ano em 10%
ao ano.
Essa alta tem duas razões principais. A primeira delas é o controle da
inflação, que, segundo expectativa de mercado, atingirá 6,08%,
medindo-se com o IPCA nos próximos 12 meses.
A segunda é o controle da recente disparada da cotação do dólar frente
ao real. Uma taxa maior permite uma maior entrada de dólares no país e
isso ajuda a conter a taxa de câmbio.
A apreciação das últimas semanas está muito associada a fatores
externos, como os sinais de otimismo do Fed em relação à recuperação da
economia americana, o que reduziria sua injeção de moeda no sistema (os
QEs), limitando a oferta de dólares no mercado.
Ainda que a depreciação do real possa ser benéfica para algumas empresas
exportadoras, os demais setores, importadores de insumos e
matérias-primas, são muito prejudicados, havendo um grande repasse do
aumento de custos para o nível de preços, o que, associado ao aumento do
preço de produtos importados, acaba pressionando a inflação.
A elevação na Selic pode acarretar uma refreada ainda maior no
crescimento, que começou o ano com uma baixa expectativa, 3,5%, e piorou
ao longo dos meses. Hoje, muitos analistas falam em cerca de 2%.
Com a proximidade das eleições, entende-se a preocupação do governo com a
inflação, afinal a perda do controle seria bastante impopular.
Outro ponto de atenção consiste nos investimentos pessoais. Com a
elevação dos juros, a poupança volta a pagar 6,17% ao ano + Taxa
Referencial. Apesar do aumento, outros investimentos são ainda mais
interessantes, como o Tesouro Direto, que paga cerca de 7,16% ao ano
líquidos ou CDB de grandes bancos, com rendimento líquido de 6,47% ao
ano.
Fonte: folhauol.com.br
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